"Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade."

Paulo Freire.

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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Projeto CEMEP

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A IMPORTANCIA DA BRINQUEDOTECA

O Papel da Brinquedoteca na Aderência ao Tratamento Oncológico

Pensar uma brinquedoteca dentro de um hospital que atende crianças e adolescentes com câncer está diretamente relacionado à preocupação em aumentar as suas chances de sobrevida e cura com qualidade de vida.

Para que se possa compreender o papel que uma brinquedoteca pode desempenhar na vida da criança que adoece e de seus familiares, é importante conhecer um pouco do impacto do diagnóstico não só nas suas rotinas, como em suas relações interpessoais e nos papéis desempenhados dentro da família. O diagnóstico de um câncer poderá levar não só a criança doente, como também aqueles que lhe são mais próximos a buscar formas de lidar com uma realidade que, em geral, é vivida com muita ansiedade e apreensão. O tratamento oncológico é longo e implica situações de desconforto físico, chegando, em muitos casos, a ser extremamente dolorosas, além de dificultar a continuidade de atividades importantes e agradáveis das quais antes a criança ou adolescente vinha participando.

Além disso, questões intimamente ligadas às expectativas relativas à vida da criança ou adolescente que adoece começam a ser revistas por todos os que, direta ou indiretamente, se encontram envolvidos nessa situação. Perina (Carvalho, 1994, p. 80), ressalta o lugar da doença em nossa cultura, comentando sobre a posição da família diante do fato: “(ela...) sabe da gravidade da doença e fala do seu medo, culpa e dor de não poder mais viver naturalmente sua vida, uma vez que a doença, no contexto sociocultural em que vivemos, é considerada não como parte integrante da vida, mas como um estorvo. Algo que não deveria nunca nos acontecer, imortais que somos em nossa fantasia”.

Deve-se ter em mente, portanto, que a inserção da criança num processo de tratamento numa instituição hospitalar não fora, de forma geral, sequer imaginada anteriormente. A começar pelo diagnóstico e conseqüente esclarecimento sobre suas implicações em aspectos tais como riscos e características do próprio tratamento, passando pela adaptação à nova realidade que se impõe, tudo parece exigir inúmeras mudanças de rotinas e até de papéis dentro da família. Sendo assim, todos os envolvidos terão, de uma forma mais ou menos repentina, que rever o que esperavam e encontrar formas de lidar com uma nova e dolorosa realidade que se impõe.

Com isso, algumas questões fundamentais devem ser consideradas pela equipe que recebe esse paciente e sua família. Uma das questões de maior importância é justamente aquela relacionada à aderência ao tratamento e a pergunta que se impõe é a seguinte: como garantir que o paciente e sua família, em particular o acompanhante que se responsabiliza junto com ele pelo tratamento, denominado “cuidador”, sigam corretamente as orientações médicas e da equipe multidisciplinar, tomem corretamente as medicações determinadas e compareçam ao hospital sempre que o tratamento o exigir? Em outras palavras, como garantir a aderência a um tratamento tão longo e exigente?

A efetiva aderência ao tratamento é fruto de um conjunto de práticas que incluem o cuidado com a informação sobre a doença, seus riscos e sobre o tratamento e suas implicações, através de orientações cuidadosas, a preocupação com as dificuldades de acesso ao hospital onde se realiza o tratamento com a freqüência necessária (transporte, acomodações para a família quando o paciente é oriundo de outra cidade) e a possibilidade de obtenção das medicações prescritas, muitas delas de custo elevado, que as tornaria inacessíveis a pacientes de baixo poder aquisitivo. Também os longos períodos de permanência no hospital, à espera de consultas, medicações, procedimentos e exames, além daqueles em que uma internação é absolutamente necessária, são desestimulantes para pacientes e acompanhantes.

Assim sendo, um projeto de brinquedoteca deve pretender, como um de seus principais objetivos, contribuir, através da terapia do lúdico, para a adesão ao tratamento oncológico, aumentando as chances de sobrevida de nossos pacientes, estimulando seu desenvolvimento global e a recuperação de sua auto-estima e confiança e tornando menos penosos os períodos de permanência no hospital, tanto para pacientes como para acompanhantes. Além disso, a brinquedoteca, por ser um espaço que facilita a interação, pode auxiliar no processo de informação não somente sobre a doença e o tratamento, mas também sobre as características e o funcionamento do próprio hospital.

Uma brinquedoteca deve ser planejada para oferecer uma variedade de estímulos para crianças, adolescentes e também para os adultos, pois o espaço deve ser pensado também para o cuidador. Seu acervo e as atividades desenvolvidas por sua equipe devem estender-se por todas as áreas do hospital freqüentadas pelos pacientes, pois, apesar de ser um local de excelência para a realização de atividades dirigidas para as crianças, adolescentes e seus acompanhantes, sob orientação psicológica, psicopedagógica e de outros profissionais especializados que compõem a equipe do hospital, deve procurar alcançar também os pacientes que estejam impossibilitados, por estarem internados ou em quimioterapia, de permanecerem nela.

Winnicott se refere a “... a brincadeira que é universal e que é própria da saúde: o brincar facilita o crescimento e, portanto, a saúde...” (1975, pg 63). Assim sendo, parece imprescindível que, no caso de crianças com doenças crônicas que dificultam o acesso às brincadeiras, à escola e ao grupo, um espaço especialmente dirigido a essa atividade tão essencial para o resgate e a manutenção da saúde esteja para elas reservado.

Para verificar, entretanto, o papel de uma brinquedoteca na aderência ao tratamento, bem como facilitadora possível no enfrentamento da doença e dos procedimentos inerentes a ele, foi realizada em 2002, pela equipe que compunha a Brinquedoteca Terapêutica Senninha, localizada no Instituto de Oncologia Pediátrica GRAACC/Unifesp, uma pesquisa envolvendo pacientes, acompanhantes e profissionais dessa instituição (Relatório de Avaliação de Resultados, 2002). Os resultados dessa pesquisa, não publicados, revelam como um espaço destinado ao brincar pode auxiliar na vivência do adoecimento e do tratamento, tanto do ponto de vista do paciente e do cuidador, como do ponto de vista do profissional da saúde.

Dos 60 pacientes entrevistados, 75% demonstram conhecimento dos reais motivos pelos quais vêm ao hospital. Esse dado deve ser considerado positivo, partindo do princípio de que o conhecimento que o paciente tem a respeito de sua doença e do tratamento correspondente contribui positivamente para sua evolução. É interessante, entretanto, relacionar esse dado com a afirmação de 68% dos 60 acompanhantes entrevistados relatarem nunca ter tido dificuldades para trazer os pacientes ao hospital. A relação de motivos para que tal coisa aconteça é encabeçada pelo conhecimento, por parte do paciente, da importância do tratamento, seguida de perto por atrativos da Brinquedoteca. No caso dos acompanhantes que relataram dificuldades em trazer os pacientes ao hospital (32%), as formas de persuasão mais utilizadas envolvem a busca de conscientização do paciente da necessidade do tratamento e os atrativos da Brinquedoteca, sendo que num desses casos há a associação desses dois argumentos. Assim sendo, observa-se que a existência de uma brinquedoteca funciona concretamente como elemento de persuasão, facilitando a vinda do paciente ao hospital.

De modo geral, os entrevistados acreditam que a Brinquedoteca contribui de alguma forma para a evolução positiva do tratamento dos pacientes do IOP–GRAACC/Unifesp. Os motivos pelos quais essa relação acontece vão além do descrito acima, relacionando-se essencialmente ao fato de que a possibilidade de brincar devolve um caráter de “normalidade” à vida dos pacientes, ao alívio das tensões e do tédio da espera e à distração proporcionada pelo brinquedo e pelas possibilidades de interação social.

Nesse contexto, uma brinquedoteca aparece como um facilitador para o enfrentamento das dificuldades inerentes à doença e ao tratamento, que incluem, além do sofrimento físico, sentimentos de angústia, solidão, isolamento e tédio.

Ainda que alguns mencionem as palavras esquecimento e distração, podemos considerar que talvez esses não sejam os termos mais adequados para definir o que oportunidades de brincar e conversar livremente proporcionam. Talvez o que de fato aconteça seja uma mudança na perspectiva da própria relação com a doença, que deixa de ser o centro da vida dessas pessoas para ser apenas uma parcela, ainda que muito significativa, dessa vida. Isso pode acontecer exatamente pela possibilidade de contato com outras áreas de interesse de pacientes e acompanhantes, ligadas ao lúdico, à aprendizagem e à socialização.

Além disso, o tratamento deixa de ser, necessariamente, considerado algo que afasta a criança de seu cotidiano através do trabalho da Brinquedoteca, considerada como um espaço de resgate das vivências inerentes à infância, particularmente o brincar.

Não basta, entretanto, que o espaço da brinquedoteca seja reduzido apenas a uma sala de espera sofisticada e repleta de brinquedos interessantes e bem organizados. Esse cuidado é a base para um trabalho mais amplo, envolvendo a equipe que a compõe, que deve estar atenta para auxiliar e orientar o paciente na procura pelo brincar, pelo aprender e pelo crescimento pessoal, estimulando-o a procurar seus pares, sua escola e sua profissionalização fora do hospital.

Nesse ponto, é de fundamental importância que a equipe de uma brinquedoteca integre de maneira efetiva a equipe multidisciplinar do hospital. Isso se justifica pelo fato de que é na brinquedoteca que a criança “acontece”, ou seja, é nela que podemos observar como a criança brinca e como interage de maneira espontânea e quais são seus interesses. É muitas vezes nesse espaço que se identificam alterações de comportamento cujo conhecimento, obtido através da observação por profissionais especializados em desenvolvimento humano e que conhecem os pacientes através do contato cotidiano, pode ser de grande importância para a equipe. Por esse motivo, esse conhecimento deve ser compartilhado sempre que houver oportunidade, inclusive em reuniões formais com outros membros da equipe multidisciplinar para discussão de casos. Assim sendo, uma brinquedoteca hospitalar não deve olhar apenas para si mesma, para sua organização e higiene, caso pretenda ser considerada terapêutica. Sua atuação deve ir além, assumindo o seu papel dentro da equipe, pois somente assim contribuirá para a construção da tão importante visão global do paciente, como parte integrante do seu tratamento e com um conhecimento específico a ser compartilhado.

REFERÊNCIAS

1. Brun D. A criança dada por morta: riscos psíquicos da cura. São Paulo: Casa do Psicólogo; 1996.
2. Carvalho MMML. Introdução à psiconcologia. Campinas: Editorial Psy; 1994.
3. Mittempergher RCR. Um estudo sobre o processo de aprendizagem de crianças tratadas de leucemia linfóide aguda. [Dissertação de mestrado em ciências aplicadas à pediatria]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo Escola Paulista de Medicina; 2001.
4. Raimbaul G. A criança e a morte: crianças doentes falam da morte: problemas da clínica do luto. Rio de Janeiro: Francisco Alves; 1979.
5. Valle ERM. Câncer Infantil: Compreender e agir. Campinas - SP: Editorial Psy; 1997.
6. Winnicott DW. O Brincar e a Realidade. Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda; 1975.

http://www.praticahospitalar.com.br/pratica%2042/pgs/materia%2005-42.html

Veja alguns dos trabalhos das crianças em tratamento no INCA


Bruno - 7 anos

Raissa - 9 anos

Diane - 4 anos

Bruno - 5 anos

Amanda - 6 anos

Jose Carlos

Amanda

Elisabeth

Tatiana

Jairo Lopes - 13 anos

Daniele

Eder - 11 anos

Raquel - 8 anos

Diego - 10 anos

Kelly - 10 anos

Lohana - 10 anos

Jessika - 9 anos

Alba Livia - 9 anos

Kelly - 10 anos

Glauco - 6 anos, Caroline - 9 anos, Moisés - 12 anos, Thiago - 9 anos, Yasmin - 2 anos

Ana Caroline - 13 anos

Ana Caroline - 13 anos

Ana Caroline - 13 anos

Ana Caroline - 13 anos
http://www.inca.gov.br/inca/desenhos/index.asp
Caroline - 8 anos

INCA - Brinquedoteca

A Brinquedoteca do INCA é um espaço lúdico do Hospital de Câncer I, instalada no mesmo andar onde ficam os 31 leitos da Oncologia Pediátrica, Cirurgia Pediátrica, Hematologia Infantil e CTI Pediátrico. Resguardar o direito de brincar é uma forma de proteger e cuidar da criança/adolescente com câncer. A brinquedoteca favorece o enfrentamento nas diversas fases do tratamento e faz parte da Política Nacional de Humanização (PNH) nos setores da Oncologia Pediátrica e Hematologia Infantil do INCA.ObjetivoAmenizar, através do brincar, a internação da criança/adolescente. O trabalho é fundamentado na filosofia psicomotora hospitalar, em busca da humanização.Metodologia do TrabalhoOs momentos lúdicos facilitam a expressão emocional e a elaboração psíquica da hospitalização, auxiliando nas possíveis adaptações, favorecendo a interação entre a equipe, o acompanhante e a criança/adolescente durante a internação.Avaliação do Trabalho "Constatamos que por meio do brincar, a expressão ganha significado neste espaço/tempo vivido pela criança/adolescente, acompanhante e equipe. O Brincar é uma necessidade natural da criança, é direito assegurado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. A Lei 11.104, de 21 de março de 2005 - determina sobre a obrigatoriedade da brinquedoteca no contexto de internação pediátrica. Assim, a Brinquedoteca INCA tem transformado o ambiente da enfermaria nos últimos 10 anos."http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=2597

Reportagem no Jornal Futura sobre a Humanização no Hospital

Brinquedotecas hospitalares, sua análise em função de critérios de qualidade

Karin Gerlach DietzI, 1; Vera Barros de OliveiraII, 2

Este estudo realiza o levantamento e análise por controle de qualidade das brinquedotecas hospitalares, públicas e particulares, identificadas nas unidades de saúde de um município da Grande São Paulo, com base na Carta de Qualidade das Brinquedotecas Francesas, adotada pela Associação Brasileira de Brinquedotecas. Esta verificação responde a uma exigência legal, em nível nacional, que obriga os hospitais que atendem crianças em regime de internação, a instalarem-nas. Os resultados constatam a existência de 19 Unidades de Saúde com internação pediátrica, sendo sete públicas e 12 particulares, das quais apenas duas possuem brinquedotecas, uma em unidade pública e outra, em particular. Os dados obtidos em ambas por meio do questionário auto-avaliativo respondido pelos responsáveis, seguido de entrevista semidirigida com eles, indicam aspectos positivos nos itens relativos aos serviços oferecidos por elas e à acolhida da clientela, inclusive das famílias, porém aspectos insatisfatórios em relação ao planejamento e funcionamento, à definição clara de seus fins e meios, à formação profissional da equipe e à obtenção de parcerias para seu suporte financeiro. A pesquisa aponta a grande necessidade de implantação dessas unidades, bem planejadas e operacionalizadas.

This paper tracks and makes a quality analysis of the hospital toy libraries, both private and public, found in the health-care units. The analysis is conducted based on the French Toy Libraries Quality Chart, which is the document used by the Brazilian Toy Library Association. The verification in this study attends to legal demands on a national level, which oblige the hospitals with paediatric admittance units to host a toy library. This study verifies that out of 19 Health-Care Units with paediatric admittance, 7 public and 12 private, only two house toy libraries; one public and one private. Data obtained in both toy libraries by means of an auto-evaluative questionnaire filled by the people in charge, followed by semi-directed interview, indicates positive aspects regarding the services offered by the toy library and the clients’ response, including the families, but it also indicates unsatisfactory aspects pertaining to: the organization prior to the toy library’s setting up, the clear definition of the toy library’s objectives and means, the professional qualification of the staff and also to the formation of partnerships for financial and material support. This research points out the great need for the setting up of wellplanned and operational toy libraries.




Caracterizando-se pelo predomínio do prazer sobre o sofrimento, do relaxamento sobre a tensão e da espontaneidade sobre a submissão à coerção, o brincar torna-se extremamente relevante em momentos críticos, nos quais age como fonte e suporte de adaptação ao contexto vivido (Oliveira, 1998). A forma de expressar o sofrimento é muito pessoal e está vinculada à estruturação mental do sujeito, construída em seu contexto sóciocultural, mantendo uma face muito particular, relativa à sua maneira de compreender e sentir o que está se passando consigo (Oliveira, 2006). Nesse sentido, a forma como uma criança compreende e expressa seu sofrimento difere da de um adulto. Ainda incapaz de transpor toda a sua experiência sobre o que está sentindo para o campo verbal, ela encontra, nas atividades lúdicas e plásticas, um canal que dá vazão a seu mundo interno, simbolicamente.
Como considera Lindquist (1993 e 1998), quando relata sua experiência pioneira com o brincar, já clássica entre nós, no Departamento de Pediatria do Hospital Universitário de Umeo, na Suécia: Muitas crianças hospitalizadas não conseguem verbalizar seus desejos e necessidades. Na maioria das vezes, quando internadas no hospital, passam por um processo de sofrimento físico, o qual se amplia por um mal-estar psicológico, o que torna as crianças mais sensíveis e susceptíveis a sensações negativas. É importante, portanto,reconhecer sua capacidade de se exprimirem através de atividades lúdicas. Nesse mesmo sentido, Lenzi (1998) relata uma experiência em nosso meio sobre a Brinquedoteca na Divisão Pediátrica do Hospital Universitário de Santa Catarina, concluindo por ver no lúdico uma vivência estrutural, que ajuda a criança a superar o sofrimento da internação.
Estudos relativos ao planejamento e operacionalização de brinquedotecas hospitalares entre nós evidenciam pontos a serem melhorados. Assim, em estudo realizado em oito hospitais no Estado do Paraná (Teixeira de Paula, Gil & Marcon, 2002), constataram-se poucas brinquedotecas com caráter sistematizado em relação ao acervo lúdico, à forma de operacionalização e à ocupação dos espaços físicos, apesar de desenvolverem projetos artísticos, recreativos, culturais, educacionais e científicos envolvendo o brinquedo. Magalhães e Pontes (2002), por seu lado, apontam que o mau planejamento das atividades da brinquedoteca pode levá-la a um funcionamento improvisado, pois a ausência de um plano de trabalho, calcado em objetivos bem definidos e desenvolvido de acordo com os meios utilizados para tal, pode interferir no próprio papel designado para a brinquedoteca.


Em síntese, os dados coletados por meio da escala auto-avaliativa sobre a qualidade das brinquedotecas indicaram, na categoria Planejamento, uma pontuação mais elevada na brinquedoteca hospitalar privada, com maior definição de ações a serem realizadas com base em um plano prévio de trabalho. Quanto à categoria Operacionalização, os dados revelaram carência de suporte externo em ambas, as quais não identificaram possíveis parceiros que possam dar suporte a seu dia-a-dia, sendo que apenas o hospital particular possui alguns contatos com fabricantes e comerciantes de brinquedos, para possível doação e reposição de material lúdico qualificado. Em relação à categoria Equipe, sua formação e atuação, os resultados mostraram que as duas brinquedotecas não possuem responsável (brinquedista) assalariado, assim como não contam com número suficiente de pessoas (outros profissionais e voluntários) para desenvolver o trabalho necessário. Os dados indicaram que as pessoas que atuam nas brinquedotecas estudadas não possuem formação específica para tal, inclusive para classificar, manter e manipular os jogos e brinquedos. Contudo, ambas as brinquedotecas assinalaram que proporcionam boa acolhida aos familiares, assim como participam de projetos complementares que visam humanizar o ambiente hospitalar, como o dos Contadores de História. Em relação à categoria Acervo Lúdico, as respostas evidenciaram que ambas as brinquedotecas estão carentes e têm consciência da necessidade de ampliação e diversificação dos brinquedos.

As duas únicas brinquedotecas identificadas, uma de natureza pública e outra, particular, mostraram, contudo, em seu pioneirismo, um grande empenho em continuar atuando o melhor possível, mesmo sem contarem com profissionais qualificados e remunerados. Ao responderem à escala proposta, forneceram dados relevantes para a identificação de pontos positivos e negativos. De um lado, a entidade pública assinalou a ausência de um projeto que norteasse e organizasse as atividades. A importância de um planejamento prévio é destacada por estudiosos (Cunha, 2001; Magalhães & Pontes, 2002), que põem em evidência o quanto sua falta compromete toda a trajetória de uma brinquedoteca e pede por uma solução urgente. Os resultados mostraram também que as brinquedotecas analisadas são carentes, especialmente em termos de operacionalização, os quais são concordantes com os trabalhos realizados por Magalhães & Pontes (2002). Tal semelhança pode induzir a alguma generalização, motivando esforços para a melhoria das brinquedotecas hospitalares em nosso meio.
Por outro lado, a contribuição de recursos humanos, financeiros e materiais facilitaria decisivamente para que as brinquedotecas estudadas possam atingir seus objetivos (Cunha & Viegas, 2004). O fato de ambas não contarem com profissionais devidamente preparados e remunerados constitui um fator de risco para o seu bom andamento, conforme atestam estudos (Andrade,1992; Negrine, 1997). Para Cunha (2001), o número reduzido de profissionais, ou mesmo a ausência de brinquedistas qualificados pode levar também a que alguns funcionários acumulem responsabilidades, prejudicando a prática do brincar e a troca de experiências. Considera que pode realizar-se um bom trabalho com voluntários desde que haja organização e supervisão de um profissional qualificado. Contudo, mesmo não tendo formação específica, o pessoal de ambas as brinquedotecas revelou-se disponível e acolhedor à clientela. Não foi possível estabelecer o número de usuários de cada entidade e nem seu perfil, o que deve ser investigado posteriormente.



http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1415-711X2008000100012&script=sci_arttext

Brinquedoteca

Brinquedotecas hospitalares

A Brinquedoteca Hospitalar é um espaço destinado ao desenvolvimento da criatividade da criança e do jovem, a partir dos brinquedos.
 

Servas e Governo de Minas lançam Brinquedoteca Móvel

São quatro modelos coloridos e ilustrados com animais da fauna brasileira: onça, tartaruga, lobo-guará e mico-leão. Os brinquedos foram escolhidos cuidadosamente, seguindo a orientação de pedagogos e terapeutas. É equipada também com bandejas para que a criança no leito possa ter apoio para brincar, facilitando também a interação entre eles.

Vídeos

Durante a solenidade foram passados dois vídeos. Um trouxe o depoimento de Wellington Nogueira, criador da organização Doutores da Alegria, sobre o poder da brincadeira no tratamento de crianças. O segundo vídeo mostrou depoimentos de profissionais e crianças já atendidos com as Brinquedotecas Hospitalares montadas pelo Servas. O presidente da Fundação Mário Penna, Cássio Eduardo Rosa Resende, falou em nome dos hospitais que foram beneficiados pelo programa.

 
A Cemig doou 50 módulos a hospitais de todo o Estado. Também doaram Brinquedotecas: AeC, Alcance Engenharia e Construção, Andrade Valladares Engenharia e Construção, Associação das Voluntárias do Instituto Mário Penna, Banco BMG, BH Shopping, CCM Construtora, Conserva de Estradas, Consita, Construtora Asteca, Construtora Barbosa Mello, Construtora Cowan, Construtora Emccamp, Construtora Sagendra, Construtora Wanmix, DRB Construtora, Engesolo Engenharia, Família Andrada,  Família Mário Franco, Fidens Engenharia, Grupo Asamar, Grupo Bel, Grupo VDL, Grupo Zema, Hipolabor Farmacêutica, Infracon Engenharia E Comércio, Libe Construtora, Orteng  Equipamentos e Sistemas, Patrus Transportes Urgentes, Rede Eletrosom, San Motors, Santa Bárbara Engenharia, Sesi, Sindicato da Indústria da Mecânica  do Estado de Minas Gerais – Sindmec, Supermercados Bahamas, Trip Linhas Aéreas.

Andrea Neves entrega Brinquedotecas Móveis para 120 hospitais de Minas G...

Wellington Nogueira, do Doutores da Alegria, fala de programa do Governo...

Servas entrega duas Brinquedotecas no Rio de Janeiro

Numa parceria inédita, o Serviço Voluntário de Assistência Social – Servas levou a Brinquedoteca Móvel ao Rio de Janeiro. Adquiridas e doadas pelo Banco BMG, duas unidades da Brinquedoteca Móvel foram entregues às Clínicas da “Família Lenice Maria Moreira Coelho”, no bairro Santa Cruz e da “Família Ilzo Motta Mello”, Campo Grande, no dia 13 de junho.
A Brinquedoteca Móvel, idealizada pela presidente Andrea Neves da Cunha, tem projeto arquitetônico especial desenvolvido por equipe técnica e criação registrada pelo Servas. É composta por dois módulos articulados e sobrepostos divididos em compartimentos com 96 itens como brinquedos, livros, lápis, jogos e DVDs. O módulo é equipado também com TV, DVD e MP4. O projeto atende a crianças e adolescentes de zero a 14 anos.
“Isso ajuda no desenvolvimento das crianças ao estimular sua recuperação como uma ferramenta que terá um impacto bastante relevante para nós aqui”, disse Hans Dohmann, secretário municipal de saúde do Rio de Janeiro.
“É muito gratificante para nós ter um projeto que nasceu no Servas tomar essa dimensão, de  poder ajudar crianças do Brasil inteiro”, disse Raquel Leite, arquiteta responsável pelo projeto.
São quatro modelos ilustrados com animais da fauna brasileira: onça, tartaruga, lobo-guará e mico-leão. Os brinquedos foram escolhidos seguindo a orientação de pedagogos e terapeutas. É equipada também com rodízios que possibilitam o deslocamento e bandejas para que a criança no leito possa ter apoio para brincar.
A cerimônia de entrega contou com a presença do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral e seu vice, Luiz Fernando Pezão, além do Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e do prefeito municipal, Eduardo Paes. O Servas foi representado por Raquel Leite, arquiteta responsável pelo projeto Brinquedoteca Móvel, Mirna Dayrell, diretora Administrativa e as assessoras Isabel Santos e Maria Emília Elias.
http://www.brinquedoteca.servas.org.br/noticias/2010/servas-entrega-duas-brinquedotecas-no-rio-de-janeiro/

Presidente do Servas inaugura Brinquedoteca Hospitalar do Cepai

Andrea Neves na Brinquedoteca do Cepai - Osvaldo AfonsoA presidente do Servas, Andrea Neves, inaugurou nesta quarta-feira, 1º de julho, a Brinquedoteca Hospitalar do Centro Psíquico da Adolescência e Infância (Cepai), referência em saúde mental de crianças e adolescentes. A iniciativa do Servas, Governo de Minas e parceiros visa propiciar aos pacientes infantis da rede pública e filantrópica um espaço de entretenimento, contribuindo assim para sua recuperação. O Cepai atende mensalmente a cerca de 4.000 pacientes. 

"Hoje estamos comemorando aqui a solidariedade que gera a transformação. Estamos oferecendo para os médicos instrumentos de trabalho diferenciados que possibilitem uma melhor acolhida a esses pacientes. A Brinquedoteca é muito mais que um lugar só para brincar. É um espaço de cura, de tratamento, onde as crianças podem recuperar as alegrias do dia-a-dia", disse a presidente do Servas, Andrea Neves.


Esta é a quinta Brinquedoteca Hospitalar entregue pelo Servas, sendo a primeira em unidade de saúde mental. As outras brinquedotecas estão no Hospital Infantil João Paulo II, no Hospital da Baleia e na Santa Casa, onde estão duas unidades. O objetivo do Servas é que mais brinquedotecas sejam instaladas, promovendo a organização nas enfermarias pediátricas nos hopitais públicos e filantrópicos com a implantação de espaços especialmente ambientados, com áreas para leitura, brinquedos e jogos infantis.


A implantação da Brinquedoteca do Cepai contou com o apoio da Ale Combustíveis. Paulo Moraes, representante do presidente do Conselho de Administração da empresa, participou da inauguração. "A Brinquedoteca é um espaço lúdico, de esperança, alegria, convivência. Pode amenizar a dor e o sofrimento daqueles que passam por aqui. Patrocinar esse projeto é apenas um modo que nós temos de devolver à comunidade aquilo que a gente recebe. É uma questão de essência, valores que nossa empresa tem", disse Moraes. Também estiveram no evento o presidente da Fhemig, Luís Márcio Araújo Ramos, e o diretor do Cepai, Augusto Nunes Filho.


Para o presidente da
Fhemig, a Brinquedoteca é um presente. "Uma brinquedoteca dessa, num hospital infantil é um presente para nós e para as crianças. É um dia de muita alegria", disse. O psiquiatra Augusto Nunes, diretor do Cepai, ressalta que o novo espaço é mais que um lugar para brincar. "A Brinquedoteca Hospitalar em uma unidade psiquiátrica é mais que um lugar para brincar. Nela o tratamento acontece pelo viés lúdico. A Brinquedoteca oferece um ambiente propício para o desenvolvimento da criatividade, além de propiciar à equipe assistencial um local de atendimento diferenciado", disse Nunes."

Pais e pacientes também comemoraram. "Esse novo espaço é atrativo. Antes aqui tinha cara de hospital, agora vai ser muito mais fácil da criança se adaptar e começar a gostar daqui", disse Maria Soares, artesã, mãe de paciente do Cepai. Maicon está no centro há duas semanas e aprovou a Brinquedoteca.  "Eu gostei muito da Brinquedoteca. Tem computador, televisão, dá pra ver filme. Eu tava aqui no computador mesmo escrevendo uma história. Também gostei das cores, dos painéis, dos jogos.


O espaço


A Brinquedoteca do Cepai está instalada numa área de 340 m², com amplo espaço aberto e ajardinado, e foi projetada considerando as necessidades afetivas, sócias e psicopedagógicas das crianças.  A área externa foi ilustrada com desenhos que representam uma cidade e conta com uma pequena vila com pista de carro, posto de gasolina, casinhas de quermesse com teatro de fantoches, e uma praça com jogo de amarelinha, de damas e espaço para o artista. A parte interna tem  40 m² e conta com  equipamentos eletrônicos – som, TV, DVD e computador,  brinquedos pedagógicos, jogos e obras infantis, como livros, CDs e DVDs – para crianças e adolescentes.  Também estão incluídos espaço para exposição permanente das produções artísticas dos pacientes e também uma Cozinha Terapêutica que vai atender aos usuários na oficina de culinária. Para a instalação das Brinquedotecas, o Servas conta com a parceria da Persianas e Cortinas Criativas e do estilista Ronaldo Fraga, que confeccionou os aventais usados pelos voluntários e funcionários que atuarão com as crianças.


Presidente do Servas inaugura Brinquedoteca - Osvaldo Afonso
Parte da área externa da Brinquedoteca do Cepai - Osvaldo Afonso






http://www.brinquedoteca.servas.org.br/noticias/2009/presidente-do-servas-inaugura-brinquedoteca-hospitalar-do-cepai/

http://www.brinquedoteca.servas.org.br/noticias/2009/presidente-do-servas-inaugura-brinquedoteca-hospitalar-do-cepai/

Brinquedotecas Hospitalares

Apoio na recuperação de crianças hospitalizadas

A Brinquedoteca Hospitalar é uma iniciativa do
Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) e Governo de Minas que objetiva contribuir para a recuperação de crianças em tratamento em hospitais públicos ou filantrópicos, por meio de atividades lúdicas. O programa foi lançado em 2007 pela presidente do Servas, Andrea Neves.

Com o apoio de parceiros e do Governo de Minas, por meio do
Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca) , o Servas se responsabiliza pela adaptação dos espaços. São projetadas considerando-se as necessidades afetivas, sociais e psicopedagógicas de crianças hospitalizadas. Um dos resultados do programa é tornar a criança parceira ativa de seu tratamento, aumentando a aceitabilidade em relação à internação.

Todas as unidades são equipadas com mobiliários específicos, equipamentos eletrônicos ( som, TV, DVD e computador) brinquedos pedagógicos, jogos e obras infantis, como livros, CDs e DVDs, para crianças até 14 anos.


Já foram implantadas cinco Brinquedotecas Hospitalares em Belo Horizonte, sendo duas em alas pediátricas da Santa Casa, uma no Hospital Infantil João Paulo II, uma no Hospital da Baleia e outra no Centro Psíquico da Adolescência e Infância (Cepai).


"A Brinquedoteca é muito mais que um lugar só para brincar. É um espaço de cura, de tratamento, onde as crianças podem recuperar as alegrias do dia-a-dia", disse a presidente do Servas, Andrea Neves.




http://www.brinquedoteca.servas.org.br/a-brinquedoteca/hospitalar/

Brinquedoteca Hospitalar

Brinquedoteca


Segundo a diretora do centro, a Unopar conta com o apoio da Associação Brasileira de Brinquedotecas, inclusive para a elaboração do novo Curso de Brinquedista que em breve será lançando. "Estamos elaborando procedimentos para que possamos assessorar a construção de Brinquedotecas Hospitalares e a formação de Brinquedistas", conta.
A II Jornada Brasileira proporcionou oportunidades para uma reflexão conjunta no que diz respeito ao atendimento da Brinquedoteca, para que a qualidade deste tipo de serviço seja cada vez melhor. "Ela é o único espaço hospitalar onde a criança escolhe o que deseja fazer. Contamos com a colaboração de todos para essa nova jornada", conclui Leila Godoy.
http://www2.unopar.br/unoparnews/unopar_news25_05_052.htmhttp://www2.unopar.br/unoparnews/unopar_news25_05_052.htm